sábado, maio 27, 2006

Sobre a excisão genital feminina

Um fato cultural não é necessariamente moral. NOSSA cultura que privilegia as liberdades civís toma isso como algo moral. Liberdade para nós, ocidentais é um valor moral intangivel.

Por um lado, aqueles que defendem a liberdade que uma mulher tem de fazer sexo e vivenciar isso sem uma história de mutialção. Por outro, um grupo defendendo a auto-determinação dos povos e que portanto nào podemos interferir na cultura alheia.

Ambos estão defendendo o mesmo valor liberal. Pessoalmente, destes valores. Mas se eu tivesse nascido em outro lugar do mundo ou emoutra época, talvez eu nunca tivesse conhecido a idéia de Liberdade tal como é vivenciada no ocidente contemporâneo.

Acontece que os valores das liberdades cívis (gestados no ocidente apartir da Revolução Francesa) são fundados em valores cristãos, assim como toda moral ocidental (sem excessão). A referência é sempre o cristianismo, mesmo que por oposição à ele. Daí, podemos dizer que a Liberdade é um valor que pode ser desenvolvido apartir de um leitura mais à esquerda do espectro politico do texto Cristão.

Pois bem: é neste movimento de afastamento do Cristianismo e referencias inconciêntes ao bem, que a Liberdade faz seu papel de tornar-se inatingível.

O conflito moral se dá quando percebemos o seguinte fato: tenho direito de interferir na cultura ou na liberdade do outro devido uma violência causada por ele?

Se meu vizinho bate na mulher, eu tenho o direito de interferir? Se meu irmão vende drogas na rua onde moro, eu tenho o direito de interferir? Se os conritianos (ou qualquer outro time de futebol) fazem pichações no muro da casa do meu vizinho, eu devo chamar a polícia, isto é EU TENHO O DIREITO de interferir?

Em termos morais, nossa cultura diz que nunca temos este direito. O marido pode continuar espancando a esposa, meu irmão irá continuar vendendo drogas, o muro será pichado. Quando isso tem uma dimensão local, o conflito é menor. Todavia quando isso deixa de ser um problema da "nossa" cultura (como se os brasíleiros fossem culturalmente uniformes...) a crise aumenta. Em nossa cultura, temos critérios aparentemente compartilhdos por todos. As leis são as mesmas para todos e o que a lei proibe é necessariamente imoral para a maioria de nós. Mas numa cultura ou nação estrangeira, os critérios que permitem uma interferência se baseiam em valores compartilhados, que no caso da excisão clitoriana, quase não existem.

Ora, só resta justificar qualquer atitude contra ou à favor apartir dos valores daquela cultura. Como temos no caso específico do Islã temos como valor fundante o Alcorão, resta entender o que o Alcorão propõe sobre o assunto.

Sabe-se que ele inferioriza as mulheres. Mas o valor da superioridade no Islã acompanha de mãos dadas o valor da submissão (a palavra Islã quer dizer "submissão"). O fiel submete-se á Alá e por ele é protegido. O fiel submete-se ao Corão e pelo Sheik e pelo Sultão (respectivamete lider espiritual e lider político) são protegidos. A esposa se submete ao seu marido e por ele DEVE ser protegida (na pratica isso não acontece sempre). Toda estrutura daquela fé remete à alguma autoridade. Por isso tudo que se submete deve ser protegido

Pessoalmente eu acho estes valores da proteção ideais demais. Assim como nossa Liberdade. Mas se há um motivo para justificar quaque tipo de interferência, este motivo estará na origem dos valores deles, não nos nossos. E estes motivos existem, como qualquer teologa do Islã pode atestar.

quinta-feira, maio 18, 2006

Wiccan Rede

A Lei Wiccana respeita,
Perfeito amor, confiança perfeita.
Viva e deixa viver,
Dá o justo para assim receber.
Três vezes o círculo traça
E assim o mal afasta.
E para firmar bem o encanto
Entoa em verso ou em canto.
Olhos brandos, toque leve,
Fala pouco, muito ouve.
Pelo horário a crescente se levanta
E a Runa da Bruxa canta.
Pelo anti-horário a minguante vigia
E entoa a Runa Sombria.
Quando está nova a lua da Mãe,
Beija duas vezes Suas mãos.
Quando a lua ao topo chegar,
Teu coração se deixará levar.
Para o poderoso vento norte,
Tranca as portas e boa sorte.
Do sul o vento benfazejo,
Do amor te traz um beijo.
Quando vem do oeste o vento,
Vêm os espíritos sem alento.
E quando do leste ele soprar,
Novidades para comemorar.
Nove madeiras no caldeirão,
Queima com pressa e lentidão.
Mas a árvore anciã, venera,
Se queimares, o mal te espera.
Quando a Roda começa a girar
É hora do fogo de Beltane queimar.
Em Yule, acende tua tora,
O Deus de chifres reina agora.
A flor, a erva, a fruta boa,
É a Deusa que te abençoa.
Para onde a água correr,
Joga uma pedra para tudo ver.
Se precisas de algo com razão,
À cobiça alheia não dá atenção.
E a companhia do tolo, melhor evitar,
Ou arriscas a ele te igualar.
Encontra feliz e feliz despede,
Um bom momento não se mede.
Da Lei Tríplice lembre também,
Três vezes o mal, três vezes o bem.
Quando quer que o mal desponte,
Usa a estrela azul na fronte.
Cultiva no amor a sinceridade,
Para receber igual verdade.
Ou um resumo, se assim preferes estar:
faz o que tu queres,
Sem nenhum mal causar.


Essa é uma versão em português de um texto sagrado da Wicca

quarta-feira, maio 10, 2006

Série de Poemas - IV

A Pena e a Espada

Minha pena é minha espada.
Mente minha, arma afiada.
O meu estudo faz-se elmo e escudo.
E minha palavra estridente
fere, tal qual lança ou tridente
dos livros meus, glória e boa ventura:
- Haverão de me servir
como almejada armadura
na batalha que está por vir

sábado, maio 06, 2006

Serie de Poemas - III

Cade você?

Onde está vc meu anjo,
onde estará você?
Está em meu coração.

Sua presença começa e finda
no seu com os meus pensamentos.
Seu sorriso minh'alma anima
à mente serena e olhos atentos

Como está você, meu anjo,
como estará você?
a tenho em minhas lembrnaças.

E quando você for embora
talvez eu permaneça triste
embora o advento de um sorriso fique
p'ra me lembrar de você à toda hora

Mas...
Onde está seu coração, meu anjo,
onde estará seu coração?
Acho que perdido e inquieto.

Pois o beijo foi roubado
e não foi devolvido.
E o velho amor já esquecido
permanece ainda guardado.

E onde estão seus amores?
Onde estarão?
Talvez lhes faltem coragem...

Será que te esqueceram no tempo?

Que varão permanece atento
ao teu clamor, ao teu chamado?
Quem é o rapaz que o cupido alado
tem torturado de forma incessante,
inclemente e com ardor?
Que é que pede por tua alma ao Senhor
e ao teu chamado vem num instante?

Quem é ele meu anjo?
Quem será?
Quem é quem foi e quem será?


Fiz este poema à muito tempo atrás para alguem que amo muito e que permanece sendo uma pessoa fundamental em minha vida. Bons amigos não se acham no lixo e pessoas merecedoras do nosso amor são tesouros à serem guardados com muito carinho e cuidado. Nós nos conhecemos nesta vida à 16 anos, da data desta postagem e espero encontrá-la mais vezes.

quarta-feira, maio 03, 2006

Série de Poemas - II

O Teu Lugar

Não se atreva à passar por mim
sem me dar um beijo.
Não pense em deixar aqui
o seu coração.
Não esqueça de ligar para cá
quando a saudade apertar.
Não se negue à amar alguem
se estivermos distântes.
Não deixe de olhar as estrelas
como eu te ensinei.

Pois guardarei o teu lugar
para o meu corpo sedento
no meu coração!

E se passar aqui, me beije.
Pensando em mim que bata o teu coração.
Mate sua saudade então por carta ou telefone.
E ainda assim se a distância for grande,
ame outras gentes.
E olhe para as estrelas como eu te ensinei

E guardarei o teu lugar
em minha alma sofrida
no meu pequeno coração

Passe aqui e me beije!
Que me queira o teu coração
se o teu telefone tocar -
ou que tu me queiras bem feliz
se outros lábios forem meus
e eu rogarei as estrelas por tua felicidade

Pois bem guardado está, O Teu Lugar,
pelo meu esperançoso espírito
em meu tolo coração.

(Cuja a esperança
do teu breve regresso
permanece, permanece e permanece.)